Uma mistura de samba, rock e música eletrônica está conquistando os cariocas. É o som do grupo Eletrosamba. O grupo, criado há três anos, já fez mais de 250 shows – incluindo 17 em Londres – e foi indicado ao Prêmio Multishow como revelação. A qualidade das composições próprias e a criatividade nas releituras ousadas de clássicos dos mestres Tim Maia, Jorge Benjor e Gilberto Gil conseguiram resgatar as raízes da música negra brasileira com uma roupagem autoral de qualidade. Formado por Waltinho AC (vocal e percussão), Wellington Soares (percussão), DJ Negralha (carrapetas), Felipe Rodarte (violão) e César Belieny (baixo e vocal), o Eletrosamba promete, com muito trabalho, dar vida longa a esse movimento.
Segundo Felipe, o que diferencia o Eletrosamba dos outros grupos é o novo conceito criado por eles – uma miscelânea de influências e estilos musicais. “Pela originalidade, proporcionamos uma nova direção para a música brasileira. Temos observado várias bandas sendo influenciadas por essa estrutura musical. O próprio ministro Gilberto Gil fez o seu Eletro-acústico, muito semelhante, com a formação que temos”, analisa o violonista. “Mas o grande diferencial é que cada integrante tem voz ativa no processo musical e, pela diversidade de influências de cada um, se dá uma criação única no som que fazemos, incluindo além do samba e batucada com batidas eletrônicas, pitadas de dub, rap, funk, funk carioca, reggae, ragga e rock também”, explica.
Depois do primeiro CD baseado no resgate, e produzido de forma independente, financiado pelo grupo com seus shows, o Eletrosamba prepara o segundo disco com algumas novidades. “Terá produção nossa e do Marcelo Yuka. Manteremos o resgate, mas daremos mais visibilidade às nossas composições”, adianta Felipe. Para o novo CD está sendo testado, ainda, o acréscimo de guitarras, mas sem perder de vista a marca registrada do grupo – os violões, como frisa Marcelo Yuka. “O Eletrosamba tem uma sonoridade própria. Os violões são uma marca registrada deles, até pela forte influência de Jorge Ben, swing, mas temos testado a guitarra”, conta.
Além de ajudar na produção, Marcelo Yuka participa das composições. “Temos composições nesse disco e participação especial do MC Xis. Na música “Dia de Batalha”, que era do Felipe e do César, e eu dei uma contribuição e ela ficou com outra cara, modificou bastante”, comenta Yuka. “O contato com eles para gravar já é muito legal, estamos compondo juntos e foi uma empolgação coletiva. Estamos construindo uma afinidade intensa. Ficou um resultado de trabalho de amigos, que me dá o maior prazer”.
O CD já está “bem encaminhado”, como define César e só depende do término de obras de reforma no estúdio de Yuka para ser concluído. “Estou bem ansioso por ver esse disco pronto”, confessa Yuka. “Pela evolução deles como pessoas e como músicos”.
O grupo ainda tem muitos projetos. “Finalizar esse segundo CD e conseguir desbravar o Brasil e a Europa. Queremos levar para muita gente nossa mensagem positiva de miscigenação, de fé, de amor e respeito. O que vivemos é um exemplo a ser seguido. Cinco caras totalmente diferentes que se amam e se respeitam, em prol de uma química musical, de uma família unida pela arte, de uma Nação, feita em fé, amor e respeito”, comemora Felipe.