segunda-feira, 25 de junho de 2007

As grandes conquistas do Eletrosamba


Uma mistura de samba, rock e música eletrônica está conquistando os cariocas. É o som do grupo Eletrosamba. O grupo, criado há três anos, já fez mais de 250 shows – incluindo 17 em Londres – e foi indicado ao Prêmio Multishow como revelação. A qualidade das composições próprias e a criatividade nas releituras ousadas de clássicos dos mestres Tim Maia, Jorge Benjor e Gilberto Gil conseguiram resgatar as raízes da música negra brasileira com uma roupagem autoral de qualidade. Formado por Waltinho AC (vocal e percussão), Wellington Soares (percussão), DJ Negralha (carrapetas), Felipe Rodarte (violão) e César Belieny (baixo e vocal), o Eletrosamba promete, com muito trabalho, dar vida longa a esse movimento.

Segundo Felipe, o que diferencia o Eletrosamba dos outros grupos é o novo conceito criado por eles – uma miscelânea de influências e estilos musicais. “Pela originalidade, proporcionamos uma nova direção para a música brasileira. Temos observado várias bandas sendo influenciadas por essa estrutura musical. O próprio ministro Gilberto Gil fez o seu Eletro-acústico, muito semelhante, com a formação que temos”, analisa o violonista. “Mas o grande diferencial é que cada integrante tem voz ativa no processo musical e, pela diversidade de influências de cada um, se dá uma criação única no som que fazemos, incluindo além do samba e batucada com batidas eletrônicas, pitadas de dub, rap, funk, funk carioca, reggae, ragga e rock também”, explica.

Depois do primeiro CD baseado no resgate, e produzido de forma independente, financiado pelo grupo com seus shows, o Eletrosamba prepara o segundo disco com algumas novidades. “Terá produção nossa e do Marcelo Yuka. Manteremos o resgate, mas daremos mais visibilidade às nossas composições”, adianta Felipe. Para o novo CD está sendo testado, ainda, o acréscimo de guitarras, mas sem perder de vista a marca registrada do grupo – os violões, como frisa Marcelo Yuka. “O Eletrosamba tem uma sonoridade própria. Os violões são uma marca registrada deles, até pela forte influência de Jorge Ben, swing, mas temos testado a guitarra”, conta.

Além de ajudar na produção, Marcelo Yuka participa das composições. “Temos composições nesse disco e participação especial do MC Xis. Na música “Dia de Batalha”, que era do Felipe e do César, e eu dei uma contribuição e ela ficou com outra cara, modificou bastante”, comenta Yuka. “O contato com eles para gravar já é muito legal, estamos compondo juntos e foi uma empolgação coletiva. Estamos construindo uma afinidade intensa. Ficou um resultado de trabalho de amigos, que me dá o maior prazer”.

O CD já está “bem encaminhado”, como define César e só depende do término de obras de reforma no estúdio de Yuka para ser concluído. “Estou bem ansioso por ver esse disco pronto”, confessa Yuka. “Pela evolução deles como pessoas e como músicos”.


O grupo ainda tem muitos projetos. “Finalizar esse segundo CD e conseguir desbravar o Brasil e a Europa. Queremos levar para muita gente nossa mensagem positiva de miscigenação, de fé, de amor e respeito. O que vivemos é um exemplo a ser seguido. Cinco caras totalmente diferentes que se amam e se respeitam, em prol de uma química musical, de uma família unida pela arte, de uma Nação, feita em fé, amor e respeito”, comemora Felipe.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Um novo desafio para Leandro Sapucahy

Produtor musical, instrumentista, cantor, compositor, enfim, são muitos os atributos de Leandro Sapucahy. É com um misto de samba de qualidade, pitadas de hip-hop, numa linguagem rap, além de recursos de scratch, que o sambista vem conquistando uma legião de fãs, do calibre de Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Marcelo D2, entre muitos outros.

Tido como uma das melhores surpresas do samba nos últimos tempos, Leandro Sapucahy, no momento, está se dedicando mais cantar suas próprias músicas. Modesto, no entanto, ele não gosta muito do rótulo de cantor, porque não se considera um. "Prefiro ser chamado de mensageiro já que o objetivo da música que faz é levar mensagens para o povo", justifica.

Apesar de estar mais em evidência agora, e ser um talento novo no mundo do samba, Sapucahy é, como se diz popularmente, um macaco-velho no mundo da música. Começou essa estrada no Água na Boca, grupo que despontou na segunda metade da década de 90, e conquistou a fama com a mudança do nome para Boka Loka. Na época, Leandro se arriscava no microfone, mas, como achava que essa não era sua praia, passou a cuidar apenas da percussão da banda com o novo título.

Mas, sua afinidade com o ritmo mais típico do Brasil nasceu bem mais cedo, estimulada, especialmente pela mãe, que, involuntariamente, apresentou ao filho clássicos de Cartola, Moreira da Silva, João Nogueira, Roberto Ribeiro e outros craques do samba. “Minha mãe foi uma das maiores incentivadoras para a minha carreira”, conta Leandro.

No Boka Loka, Sapucahy pode praticar ainda mais seu lado instrumentista e começou a demonstrar um interesse maior por produção musical. Com a saída do grupo por conta da vontade de alçar novos caminhos, Leandro decidiu entrar de cabeça no mundo da produção.

Nesse novo caminho, ele contou com o apoio e a diretriz de Bira Hawaii, produtor de prestígio, responsável por bons discos dos grupos Molejo, Soweto, Exaltasamba e Revelação.

Assim, Sapucahy ganhou experiência e conquistou seu espaço, mostrando o valor que tinha a frente dos trabalhos do Boka Loka, Swing & Simpatia, Imaginasamba e, mais recentemente, Sorriso Maroto, tendo todos se transformando em sucesso de público e também em um grande número de cópias vendidas.

No ofício de produtor, Leandro se deparou com um pequeno problema: boas composições que caíam em suas mãos, mas que não encontravam espaço no trabalho dos cantores que produzia, porque não era bem o que a mídia exigia. Acreditando no potencial dessas canções, ele passou a guardá-las para, um dia, incluí-las na obra de um cantor que se encaixasse naquele perfil.

O tempo passou, e o tão esperado cantor nunca apareceu. Decidido a colocar na rua o material que tinha, Sapucahy decidiu tocar ele próprio o projeto, voltando a assumir os vocais, como na época do Água na Boca. O resultado dessa tarefa acabou originando Cotidiano, primeiro disco solo do cantor, que já emplacou três hits: "Polícia e Bandido", "Tá tranqüilo, Shock" e "Bala perdida".

Aparentemente, seu intuito vem sendo alcançado, visto a boa repercussão junto ao público, principalmente pela atualidade dos temas tratados em suas canções, “Quero poder levar minha música para o mundo inteiro, mas sei que isso precisa de muita dedicação, e tempo”. Afirma o músico de 35 anos que acumula em sua carreira uma trajetória bastante inusitada.

O talento de Leandro é muito bem-vindo aos nossos ouvidos por representar a verdadeira Música Popular Brasileira, swingada e criativa.

Vida longa a essa carreira e muito mais sucesso a ele!

A vida imita a arte e vice-versa

Este ditado tão comum se encaixa perfeitamente na história da peça “Tô na mídia”. Três atores desempregados, cansados pela falta de oportunidades, resolvem se juntar em busca de uma solução profissional. Diante do fracasso dos esquetes cômicos inventados por eles, os três resolvem montar o programa “Tô na mídia” que vira sucesso de público e crítica.

A história da Cia. Trupe Louca, formada pelo trio Marcos Crazú, Marco Lourenço e Thais Itaboray, que são os atores desta comédia, se mistura com o enredo do espetáculo. Os três também tiveram que batalhar para conseguir seu lugar na mídia, com muito talento e poucos recursos. Há seis anos fundaram a Cia e começaram a se apresentar em cidades do interior do Estado, com textos produzidos por eles mesmos. Crazú, formado em Artes Cênicas pela Universidade Estácio de Sá, percebe de perto a dificuldade de entrar no mercado do meio artístico.
“Ninguém quer associar a sua marca a quem não conhece, só depois da popularidade”, analisa Marcos Crazú, também autor desta comédia que não tem um grande patrocinador.

“Tô na mídia” estreou no circuito alternativo em Julho de 2006 e não parou mais. Do Café Teatro do Clube Militar, foi para a Casa de Cultura Hombu, na Lapa.
Depois de cumprir muito bem sua temporada no circuito alternativo, a peça foi para o Teatro dos Grandes Atores, onde chamou a atenção do grande público. Após o sucesso na Barra, a comédia fez uma temporada de dois meses no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea e atualmente está em cartaz no Teatro Ipanema.

Mas para quem se interessou em conhecer o trabalho destes atores, é bom correr, porque as últimas apresentações no Teatro Ipanema acontecem nos dias 12 e 13 de junho. Marcos Crazú explica que o sucesso do espetáculo, também se deve a identificação do público com os personagens.
“É uma comédia de absurdos da vida, figuras que encontramos a toda hora. Atores recém saídos das faculdades e principalmente dos cursos mágicos que prometem transformar a pessoa comum em astro.”

SERVIÇO

Teatro Ipanema - Rua Prudente de Moraes, 824 - tel: 2523 - 9794
Terças e Quartas às 20h30m
Censura: 12 anos
Ingressos: 20 Reais (inteira) – 10 Reais (meia).