terça-feira, 24 de abril de 2007

Casuarina, uma banda que veio para ficar

Casuarina: árvore australiana grande, com fácil adaptação em vários ambientes e que apresenta crescimento rápido.

Parece até que o nome da banda foi escolhido por causa do significado da palavra, mas, na verdade, casuarina refere-se apenas ao nome da rua onde ficava o estúdio em que o grupo ensaiava, no bairro do Humaitá, Rio de Janeiro. E foi escolhido como nome provisório.

A coincidência não poderia ser mais feliz, já que o grupo Casuarina, que surgiu há seis anos em um reencontro de amigos da época de colégio, está cada vez conquistando mais seu espaço, levando ao público o samba de nomes como Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, e colhendo os frutos de um árduo trabalho. “A princípio a gente ia se reunir só para fazer a apresentação de final de ano do curso”, relembra o percussionista, Gabriel Azevedo que fazia com os amigos um curso de extensão de Teoria e Percepção Musical na UniRio, quando resolveram montar o grupo.

Não imaginavam que, anos depois, ganhariam o Prêmio Rival BR 2006 como melhor grupo. “Foi uma honra. Junto com o Prêmio TIM de Música, é um dos principais prêmios da música brasileira. Foi importante pra caramba esse reconhecimento do trabalho”, conta Gabriel, porta-voz do grupo, formado também pela Escola de Música Lorenzo Fernandes.

A trajetória do Casuarina teve suas particularidades. Antes de encontrar uma gravadora, a banda se apresentou na França e na Holanda, a convite de amigos que se interessaram pelo som do grupo no Rio. “Eles queriam levar lá para fora um grupo do Brasil. E sabiam da dificuldade. Foi uma loucura completa, a gente foi sem a menor estrutura”. Com a cara e a coragem, eles se apresentaram em algumas casas de jazz, para um público sofisticado e com menos brasileiros do que o esperado. Mas os poucos presentes adoraram e sentem saudades. “Fomos muito bem recebidos, por isso, estamos trabalhando para ir de novo, a partir do ano que vem, para trabalhar o segundo disco”, anuncia Gabriel.

Outra grande conquista da banda veio através do rádio, que, segundo seus integrantes, ainda tem pouco espaço para o samba. A emoção de ouvir músicas gravadas por eles mesmos só é superada pelo orgulho de resgatar composições de 30, 40 anos atrás. “A gente possibilitou que músicas do Nelson Cavaquinho e do Guilherme de Britto voltassem a tocar nas rádios. Eu me sinto muito mais feliz por ter feito esse tipo de trabalho”, comenta Gabriel.

Recentemente, o Casuarina deu mais uma prova de que veio para ficar, concluindo uma temporada de sucesso na Fundição Progresso, na Lapa, Rio de Janeiro, dividindo o palco com grandes nomes da MPB, como Alcione, Elza Soares e Paulinho Moska.

“Tivemos a oportunidade de tocar ao lado de divas da música brasileira e de Moska, que apesar de não ser do universo do samba, deu uma canja sensacional. Foi muito bacana para abrir e cabeça e para todo mundo se divertir”.


Para saber mais um pouco sobre a história dessa banda, entre no site http://www.casuarina.com.br/


domingo, 15 de abril de 2007

Júlio Adrião, uma Grande Descoberta



A cena carioca do teatro parece ter mudado com a entrada de Júlio Adrião. O ator de 45 anos, que faz o monólogo A descoberta das Américas – adaptação de Johan Padan alla, escrita pelo italiano Dario Fo, está sendo uma grata surpresa para o público. Em cartaz no Rio de Janeiro na Sala Tônia Carreiro do Teatro Leblon, a peça vem atraindo muitos espectadores.

Dirigida por Alessandra Vanucci, a montagem foi destaque no Festival de Teatro de Curitiba de 2005 e o desempenho de Adrião rendeu-lhe o Prêmio Shell no mesmo ano. Com uma técnica apurada, Julio utiliza recursos circenses e de onomatopéia, muita inteligência e humor para contar a história de um pobretão metido a esperto chamado Johan, que embarca em um navio rumo à América numa correria desenfreada para fugir da Inquisição.

O talento de Júlio Adrião vem encantando muitas pessoas como o diretor de teatro e cinema Domingos de Oliveira. O diretor se diz surpreso por nunca o ter visto atuando no Rio de Janeiro. "Cheguei a perguntar se ele era do Paraná, pois ganhou prêmios por lá, eu nunca tinha visto atuar no Rio, é muito bom, é uma revelação!", avalia Domingos, para quem o personagem de Júlio parece um Macunaíma. "É um anti-herói, ingênuo, mas sem caráter."

O ator é carioca mesmo. Também trabalha como diretor, produtor e tradutor. Formado em 1986 pela Casa de Artes de Laranjeiras, começou sua carreira no teatro de rua. Recém formado criou a Cia. do Público, grupo com o qual participou de alguns festivais até ir para Itália em 1992 onde trabalhou seis anos com o Teatro Potlach e outras companhias. Lá ele treinou muito a parte física para poder se aperfeiçoar.

Ainda na Europa Júlio ganhou o livro A descoberta das Américas. Logo se interessou pelo texto que fala sobre a colonização e também do Imperialismo que os países do hemisfério norte impõem aos do sul. Ele resolveu então desenvolvê-lo e transformá-lo em uma peça de teatro. Em 2000, ele mesmo traduziu o texto, porém só em 2004 Júlio levantou a estrutura. Junto com Alessandra Vannucci, produziram e resolveram colocar o projeto para frente e no mesmo ano estrearam a peça no Brasil.

Para o ator o sucesso é conseqüência de muito trabalho. "Eu não imaginava esse sucesso todo, mas sei que é fruto de muito empenho e dedicação nesses 20 anos de carreira", revela humildemente.

Devido ao sucesso, Júlio foi chamado para fazer participação na Minissérie da Rede Globo Amazônia e no filme Verônica que estréia ano que vem.


"Tem surgido bastante oportunidade para fazer Tv e cinema, mas não quero mudar meu rumo no momento, se der tempo eu topo, mas quero continuar o que estou fazendo". Júlio planeja voltar ao velho continente. "Assim que acabar a temporada pelo Brasil quero levar a peça para Portugal".

A peça mudará de local, na próxima semana entrará em cartaz no dia 29 de abril no Teatro Miguel Falabella, e logo depois no Teatro Municipal de Niterói.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Proposta do Blog

Aqui no blog Novos Talentos você vai poder conhecer um pouco mais sobre as revelações do teatro e da música cariocas.
Sempre com entrevistas de artistas e dicas de peças e shows na cidade.

Para começar, uma peça imperdível, estrelada por um ator nunca antes visto, Julio Adrião.
O espetáculo conta a trajetória de um Zé Ninguém que embarca por engano em uma das caravelas de Cristóvão Colombo quando fugia da Inquisição.

A peça está em cartaz no Teatro Leblon na sala Tônia Carreiro (210 lugares). Rua Conde Bernadotte, 26, 2274-3536. De quinta a sábado, 21h; domingo, 19h30. R$ 35,00 (qui.), R$ 40,00 (sex. e dom.) e R$ 50,00 (sáb.)